A OBRA
Óleo sobre tela com imagem de Procissão Religiosa, assinada no canto inferior direito pelo renomado artista Helios Seelinger. A obra está colada sobre cartão rígido e pode-se notar duas marcas de dobradura e no centro , junto à dobra, uma pequena imperfeição. Sem moldura.
MEDIDAS: 33x25cm.
O ARTISTA
Biografia
Helios Aristides Seelinger (Rio de Janeiro 1878, Rio de Janeiro - 1965). Pintor, desenhista, caricaturista. Forma-se na Escola Nacional de Belas Artes (Enba) entre 1891 e 1896, e frequenta também o ateliê dos irmãos Henrique Bernardelli (1858-1936) e Rodolfo Bernardelli (1852-1931). Aconselhado por Henrique, parte para a Alemanha em 1897, onde permanece até 1900. Frequenta a Academia Azbe e a Academia de Munique e é aluno do pintor Franz von Stuck (1863 - 1928). Retorna ao Brasil em 1901 e no ano seguinte realiza uma exposição individual na redação da revista O Malho, com boa parte da produção realizada em Munique. A partir de 1902, participa das Exposições Gerais de Belas Artes, e é premiado diversas vezes. Em 1903, conquista o prêmio de viagem ao exterior com o quadro Boêmia, no qual retrata intelectuais do meio carioca, como Gonzaga Duque (1863-1911), Fiúza Guimarães, Luis Edmundo (1878 - 1961), João do Rio (1881 - 1921) e Rodolfo Chambelland (1879-1967). Na segunda viagem à Europa, orientado novamente por Bernardelli, fixa-se em Paris, onde realiza estudos de aperfeiçoamento com Jean-Paul Laurens (1838 - 1921). Após o fim de sua pensão, retorna algumas vezes à Europa para estadas em Paris e em outras capitais até às vésperas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando se estabelece definitivamente no Rio de Janeiro. Por volta de 1907, trabalha como assistente do pintor Eliseu Visconti (1866-1944) em Paris. Em 1911, realiza pinturas decorativas para o Clube Naval, no Rio de Janeiro. Faz frequentes viagens a São Paulo e Porto Alegre, para expor ou comercializar suas obras. Atua como ilustrador e caricaturista em publicações como O Malho, Leitura para Todos, Careta, Fon Fon, entre outras. É por vários anos funcionário do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro, que em 1943 organiza exposição retrospectiva do artista, em comemoração de seu quinquenário artístico.
Análise
Hélios Seelinger empreende uma trajetória singular se comparado a outros artistas brasileiros de sua geração. Os anos de formação em Munique têm importância decisiva para o artista. Em entrevista dada a Angione Costa, Seelinger reconhece a influência de Franz von Stuck (1863-1928) e das tendências artísticas simbolistas e místicas, ancoradas numa filosofia espiritualista germânica: "De Stuck recebi a influência panteísta, que é fácil descobrir em meus trabalhos. O misticismo, revelado nos meus estudos de ateliê, desenvolveu-se fortemente ao influxo do idealismo alemão".1 Nesse período, Stuck também tem como alunos Vassily Kandinsky (1866-1944), Paul Klee (1879-1940) e Franz Marc (1880-1916), artistas com quem Seelinger possivelmente convive.
Sob a influência dessas experiências, suas obras adquirem um caráter alegórico, panteísta. Frequentemente são representadas figuras do folclore alemão e da mitologia grega, como faunos, centauros, ninfas e bacantes, às quais se mesclam seres ligados a lendas indígenas e manifestações culturais populares brasileiras, como o carnaval e rituais de origem africana.
A exposição do artista realizada na sede da revista O Malho é recebida com estranhamento pelo público em geral, porém obtém atenção de parte da crítica de então, como Carlos Américo dos Santos, que, em artigo publicado no Jornal do Comércio, identifica as fontes inspiradoras de Seelinger entre os artistas alemães Böcklin (1827-1901), Hans Thoma (1839-1924), Max Klinger (1857-1920) e Stuck e reconhece na produção do artista qualidades expressivas, pessoais, imaginativas e por vezes sombrias.2
Em sua segunda estada na Europa, dirige-se a Paris e em sua produção o artista procura se adaptar às tendências em voga na França. À influência alemã somam-se outras, como a de Jean-Paul Laurens (1838-1921) e Georges Antoine Rochegrosse (1859-1938). Na opinião do historiador José Roberto Teixeira Leite, essa mudança é desfavorável pois sua obra se torna mais refinada e menos expressiva.
Seelinger expõe, em 1908, trabalhos como Salambô e a Lua e Salambô e a Cobra, que entusiasmam Gonzaga Duque (1863-1911) e motivam-no a publicar um artigo sobre a mostra na revista Kosmos em fevereiro desse ano. Em 1921, produz o tríptico Minha Terra -representando três momentos da formação do Brasil: descobrimento, independência e república -, que hoje se encontra no Museu Histórico Nacional - MHN.
Em várias obras, nota-se também a influência do art nouveau. Em diversos outros trabalhos, que podem ser caracterizados como séries, explora um mesmo repertório de motivos: caravelas, lagos, luares e ciprestes. Possui obras nas coleções do Museu Nacional de Belas Artes e da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Exposições individuais
1901 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Sede de O Malho
1908 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu Comercial do Rio de Janeiro
1924 - Porto Alegre RS - Individual, na Casa Jamardo
1935 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Martim
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Comemorativa do Cinquentenário do Artista, no MNBA
E mais 39 exposições coletivas.
Exposições póstumas:
1974 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da obra Os Três Endiabrados no Acervo A Peça do Mês, no MNBA
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu Histórico da Cidade (Parque da Gávea)
1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte
1986 - São Paulo SP - Dezenovevinte: uma virada no século, na Pinacoteca do Estado
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Um Olhar Crítico sobre o Acervo do Século XIX, na Pinacoteca do Estado
1998 - Porto Alegre RS - Acervo: Instituto de Artes 90 Anos, na UFRGS. Instituto de Artes
2000 - Porto Alegre RS - De Frans Post a Eliseu Visconti: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no Margs
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2002 - Brasília DF - Barão do Rio Branco: sua obra e seu tempo, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
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Fonte:
HÉLIOS Seelinger. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa21462/helios-seelinger. Acesso em: 28 de abril de 2023. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
Quadros, pinturas, esculturas, gravuras, fotografias e objetos de design e decoração, antigos e contemporâneos, assinados por artistas do Brasil e do exterior.