JORGE GUINLE - Desenho Original "Je Vois Ce Que Dessine" de 1977, Assinado

Código: GQR977P45
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A OBRA

Desenho a lápis sobre papel assinado pelo artista Jorge Guinle, datado de 77, titulado Je voi ce que je dessine (Eu vejo o que eu desenho), conservação conforme imagem, emoldurado.

Medidas: somente a obra, 22x31cm e com moldura 34x40 cm

O Artista

Jorge Guinle (Nova York, Estados Unidos 1947 - idem 1987)

Pintor, desenhista e gravador.'qfs

Jorge Guinle Filho muda-se com a família para o Brasil ainda no ano de seu nascimento e permanece no Rio de Janeiro até 1955. Desse ano até 1962, acompanhando a mãe, mora em Paris e, em seguida, em Nova York, onde reside até 1965. Na França, em paralelo a sua formação regular, inicia, como autodidata, estudos de pintura e freqüenta museus e galerias de arte, prática que mantém quando se transfere para os Estados Unidos. O contato com obras tanto de mestres da pintura como de artistas contemporâneos são marcantes em sua formação. É influenciado, de forma especial, pelas obras do pintor francês Henri Matisse (1869 - 1954) e pela action painting e arte pop norte-americanas. De 1965 a 1974 vive no Rio de Janeiro e passa temporadas em Londres e Paris, cidade para onde retorna nesse último ano e se estabelece por mais três anos. Em 1977, volta a residir no Rio de Janeiro. Seu trabalho ganha repercussão e, na década de 1980, integra as principais exposições de arte do país. A produção do artista, concentrada em seus últimos sete anos de vida, é dedicada sobretudo à pintura, que chama atenção pelo vigor e pela intrincada referência que faz aos movimentos artísticos modernos e contemporâneos. Jorge Guinle é um importante incentivador da revalorização da pintura promovida pelo grupo de jovens artistas conhecido como Geração 80. Participa da mostra Como Vai Você, Geração 80?, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, Rio de Janeiro, 1984, escreve um texto para a edição especial da revista Módulo dedicada a essa mostra, participa de várias exposições e eventos realizados por esses artistas e escreve sobre suas obras.

 

Comentário crítico

Jorge Guinle passa grande parte de sua vida entre Paris e Nova York, onde conhece obras da action painting e da arte pop, decisivas em sua formação. Fixa-se no Brasil em 1977. Nos anos seguintes, o clima de abertura política no país favorece as manifestações artísticas e Guinle retoma a carreira, iniciada na metade da década de 1960, com forças renovadas. Sua trajetória é muito rápida: trabalha por sete anos, nos quais produz obras marcantes. Entre 1980 e 1982, faz entrevistas para a revista Interview, de circulação nacional, com importantes artistas brasileiros, como: Hélio Oiticica (1937 - 1980), Rubens Gerchman (1942 - 2008), Antonio Dias (1944), Lygia Clark (1920 - 1988), Cildo Meireles (1948) e Mira Schendel (1919 - 1988), entre outros.

 

Colorista nato, Guinle atribui a descoberta da pintura ao contato com obras do pintor francês Henri Matisse (1869 - 1954), principalmente Mulher Lendo sobre Fundo Negro (1939). Trabalha com arte abstrata, na qual utiliza a gestualidade e trava constante diálogo com artistas do expressionismo abstrato, principalmente Jackson Pollock (1912 - 1956), Willem de Kooning (1904 - 1997) e Franz Kline (1910 - 1962). Utiliza telas de grandes dimensões, com vastas áreas de cor, em que o olho se deixa levar pelo ritmo das pinceladas. Em telas como Operação Plástica (1980) revela sua admiração por Henri Matisse, o que ocorre também no quadro Cobertas Coarctadas (1981), no qual está presente a gama cromática do mestre francês, exemplificada em Paisagem de Collioure (1905).

 

Suas obras oscilam entre figuração e abstração. Em Galicíneo Galhardeado (1982) representa seres reais ou imaginários. Em outras sugere paisagens como em Copacabana Me Engana ou Passarela (ambas de 1983). Sexta-Feira (1985) apresenta uma vontade ordenadora, com áreas bem delineadas, contornos definidos, e recortes de estampas que têm relação com planos de fundo de obras de Paul Klee (1879 - 1940) ou Bram van Velde (1895 - 1981). Já em Paisagem Infinita (1985) cria um redemoinho de impressões cromáticas. As nuances de cor, de grande pulsação luminosa, são obtidas pela gestualidade. O quadro Subida ao Céu (1986) beira a total abstração. O suporte é preenchido quase com um único ritmo, o efeito visual lembra os obtidos por Pollock, por exemplo em Olhos no Calor (1946).

 

Na opinião da estudiosa Christina Bach, ocorre uma mudança nas obras do artista no período de 1986 a 1987, e distancia-se da ansiedade experimental da época anterior. Cavalo de Tróia, Pau-Brasil e As Vogais (todas de 1986) apresentam grandes planos de cores mais suaves, conseguidos pelo emprego de tintas diluídas, e revelam caráter de introspecção. O uso de cores translúcidas e cintilantes traz lembranças de obras de De Kooning, como Paliçada (1957) ou Subúrbio em Havana (1958). Os quadros Ulisses ou Cabeça de Pescador (ambos de 1987) mostram uma gestualidade menos febril, tonalidades mais sutis e distribuição dos elementos mais ritmada. Guinle alia o vigor que transmite a essas telas ao aspecto tênue, quase etéreo da cor e execução. Em razão da farta incidência de amarelos, muitas vezes pontuados por vermelhos vivos, predomina em alguns quadros uma atmosfera solar. Em obras como Iasmin e O Corpo (ambas de 1987) as tintas se liquefazem, tornam-se luz e revelam muita densidade emocional.

 

Ao longo da carreira, o artista participa de várias exposições nacionais, entre elas a mostra Como Vai Você, Geração 80?, realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, Rio de Janeiro, em 1984. Formada por um grupo de jovens artistas, que se torna conhecido como Geração 80, seus trabalhos relacionam-se a uma pesquisa e revalorização das técnicas de pintura, em contraposição às vertentes conceituais da arte brasileira na década de 1970. Destaca-se a importante atuação de Guinle como incentivador dessa nova geração: prepara um texto crítico para o catálogo da mostra, participa de várias manifestações coletivas e eventos promovidos pelos artistas e escreve sobre suas obras.

 

Críticas

"Essas telas exigem um olhar furioso mas extremamente culto, com uma vasta memória moderna. A operação é vertiginosa, exaustiva e engaja um olhar físico, pronto a sentir as palpitações da matéria, a energia dos gestos, as diferentes e divergentes decisões do artista - os ataques bruscos, as manobras obsessivas, os vários humores que cada tela parece literalmente exalar. Não há como percorrê-las a partir de um ponto de vista ideal: é necessário experimentá-las pelos poros da pintura. (...)

 

Diante dessas telas revivemos o dilema básico, a aporia, da arte contemporânea  - toda a liberdade, a disponibilidade imaginável, atuando entretanto em território fechado, no claustro da Arte e da Cultura. Instalação, happening, objeto, escultura ou pintura, seja qual for o suporte, a questão se impõe com a mesma premência: como fazer existir a arte no mundo contemporâneo? E, bem entendido, não se trata de algum vago desejo de mudar o mundo, e sim, antes e decisivamente, do próprio estar no mundo. Por isso em mais de um sentido, o diálogo das telas de Jorge Guinle se faz não apenas com as linguagens modernas mas também com a realidade institucional dessas linguagens, não só com a pintura mas com tudo o que aconteceu a ela. Interiorizadas, introjetadas no seu drama irônico, estão tanto a genial aventura da arte moderna quanto o seu triste fim institucional, tanto o mundo da arte quanto a arte no mundo. Apenas tudo isso é vivido na qualidade de pintura, e jamais a título de comentário de clichês visuais.

 

Assim, no mesmo transe, o olhar deve acompanhar como puder os planos trancados, as diferentes texturas, a aparente arbitrariedade das cores, aderir enfim a essa heterogeneidade, reconhecendo porém a história que se passa ali. (...) Quem não localizar aí Picasso e Matisse, Pollock e De Kooning, não tiver intimidade com a pop, vai passar ao largo do trabalho. É sobre esta realidade histórica que incidem a sua angústia e o seu humor na exata medida em que, até certo ponto, toda a pintura de Jorge Guinle é uma espécie de paródia da liberdade de pintar (...)".

Ronaldo Brito

BRITO, Ronaldo. Paroxismos de pintura. In: GUINLE, Jorge. Jorge Guinle.  São Paulo: Galeria Luisa Strina, 1984.

 

"(...) É na abertura da década de 80 que o trabalho de Jorge Guinle toma o corpo, a alma e o elã que ainda hoje o definem. Típico de uma postura pós-moderna, ele fez da pintura, simultaneamente energética e controlada, espontânea na aparência e voluntariosa na base, o seu campo de imersão e de comentário. O que há ali de imediatamente vulcânico é instrumento de tática. Pois não lhe interessa cobrir tela a tela com simples gestos desordenados, saídos de uma fúria inconsciente, de uma energia de que não se conhecem a causa e o alvo. Não desconstrói, por impulso inominado; mas, ao contrário, problematiza a pintura no próprio ato de pintar. Toda vivacidade liberatória desse seu neo-expressionismo carrega uma dose possante de cálculo. É ritual de antropofagia: a arte de antes passada, com os maiores cuidados, pelo caldeirão da arte de agora. Teimosa digestão".

Roberto Pontual

PONTUAL, Roberto. Jorge Guinle. In: Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Editora JB, 1987. p. 517.

 

"A atividade de Jorge era um constante absorver/devolver que perspassava sua relação com o mundo: o resultado, ao final, era o reencontro com a pintura, a sua pintura, sempre sob a forma de uma explosão incontida. Gestual, nervosa, vibrante, generosa e capaz de descer a detalhes que resistem a qualquer olhada mais rápida. E também descuidada, às vezes, no que o descuido significa ignorar propositadamente as possibilidades da técnica (bastante limitadas aliás), para melhor desvendar os mistérios (estes ilimitados) da pintura em si: são poucas as telas em que não haja um ou outro craquelé, uma ou outra película enrugada pelo excesso de veículo. Mas, com isso, Jorge ampliava progressivamente as suas possibilidades, como poucos artistas de sua geração souberam fazê-lo".

Reynaldo Roels Jr.

ROELS JÚNIOR, Reynaldo. [Texto de apresentação]. In: GUINLE, Jorge. Jorge Guinle: l'heure bleue. Rio de Janeiro: Galeria Anna Maria Niemeyer, 1989.

 

"(...) É preciso acentuar a especial concentração poética que protegeu Jorge Guinle dos contágios equivocados: o artista não era ingênuo. Cedo percorreu as grandes coleções internacionais - Matisse e Picasso, Pollock e De Kooning foram seus declarados heróis de infância. O pintor soube destilar seus ensinamentos e, mais, os converteu em substância própria.

Assim, envolver-nos com sua obra é percorrer uma significativa elucidação cultural: os mais diversos tipos de expressionismos, as mais variadas espécies de abstrações, os fauvismos e seus descendentes, os cubismos e suas inúmeras retomadas, dentre outras tantas referências históricas devem necessariamente ser consultadas. Seremos solicitados a resolver acareações e conspirações, antigas até. Certo é que somente com o tempo, habitando demoradamente os enormes retângulos deste pintor, será possível enxergar o alcance de uma produção que já nasceu repleta de inteligentes indicações: são 'voltas de pintura'.

Além disso, o artista era onívoro (...). E fica evidente que tudo e todos se comunicam. Em Jorge Guinle, é só olhar: o lirismo de Matisse soma-se à determinação de Picasso; a angústia de De Kooning mistura-se à melancolia de Bram van Velde; ao sofrimento existencial de Pollock adere o cinismo de Andy Warhol. Pode-se ficar horas procurando referências desde Cézanne até a pop em seus planos. O artista jamais fora intimidado por qualquer um desses mestres. Ao contrário, incentivou colóquios adormecidos, teimosos em se restaurarem no fim do século que acolheu as maiores epifanias artísticas".

Christina Bach

BACH, Christina. Jorge Guinle: energia solar. Jorge Guinle. Apresentação Ronaldo Brito. São Paulo: Cosac & Naify, 2001. p. 18-19.


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